A história pouco conhecida do GHB, do anestésico ao pré-treino e à perigosa droga usada em festas

Pode ser um tabu, mas usar drogas para melhorar o desempenho antes de um treino não é novidade, sejam esteróides, creatina ou estimulantes. A ideia de usar “drogas de festa” antes de um treino, porém – GHB, para ser exato – pegou os usuários gays do Twitter de surpresa.

O GHB, comumente conhecido como G, é conhecido na comunidade gay como uma droga de festa que causa sensação de euforia e pode aumentar o desejo sexual. Mas também é uma das drogas mais perigosas na cena clubber. Erre a dosagem e ela pode se tornar letal.

Dada a reputação do G, você pode imaginar o choque de um usuário do Twitter ao se deparar com um frasco da droga vazio no banheiro de uma academia nos EUA, sugerindo que um frequentador havia usado a droga antes do treino. Naturalmente, muitos internautas acharam que isso era passar dos limites. Mas um deles apontou que, embora não seja uma decisão sábia, usar G como uma droga pré-treino não é algo inédito, dada sua história pouco conhecida como suposto potencializador de crescimento muscular.

Conforme mostra o portal Queerty, o GHB foi desenvolvido pela primeira vez na década de 1920 e, nos anos 1960, foi comercializado como anestésico nos EUA. Porém, nunca encontrou amplo uso na medicina, pois causava convulsões em pacientes. Em 1990, ele foi reintroduzido como um produto alimentar saudável. Foi comercializado para fisiculturistas, alegando ter efeitos anabólicos que poderiam estimular o crescimento muscular. Mas isso nunca foi clinicamente comprovado e, como o GHB previsivelmente causava efeitos negativos à saúde, foi novamente removido do mercado. 

A partir de 2000, o FDA – agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA – reconheceu o G como uma substância controlada da Tabela I, o que significa que não tem uso médico atualmente aceito e tem alto potencial de abuso. Mas isso não impediu o uso contínuo de G na cena rave do início dos anos 2000. Como a droga ganhou notoriedade por seu uso por predadores sexuais, caiu em desgraça com muitos dados demográficos, mas notavelmente, não com homens gays e bissexuais.

Em 2019, o Buzzfeed trabalhou com o programa do Reino Unido para criar um documentário sobre o uso do GHB, incluindo uma pesquisa com mais de 5.000 usuários. Dos entrevistados, 2.700 se identificaram como homens gays ou bissexuais. A pesquisa pintou um quadro sombrio do efeito do G na comunidade gay: 28% dos entrevistados relataram ter sido agredidos sexualmente enquanto tomavam GHB e 82% relataram conhecer alguém que havia sido agredido sexualmente após usar a droga. Mais de 25% dos entrevistados disseram conhecer alguém que morreu por causa da droga.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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