Polícia venezuelana invade sauna gay e prende 33 homens por ultraje ao pudor e poluição sonora

No último domingo (23/07), a polícia de Carabobo, na Venezuela, fez uma operação onde prendeu 33 homens que participavam de uma festa que acontecia em uma sauna gay; o que não deveria ser crime e, além disso, demonstrou total falta de respeito à privacidade, liberdade e dignidade dos rapazes ao divulgar dados pessoais. As acusações são de ultraje ao puder, aglomeração e poluição sonora.

Dentro da sauna, a polícia apreendeu documentos, preservativos e celulares que estavam com os convidados da festa particular. Após vistoria nos aparelhos, encontraram alguns vídeos com homens transando. Segundo a ONG local Observatorio de Violencias LGBTIQ+, os 33 rapazes foram liberados, mas ainda terão que se apresentar à Justiça. Além disso, o dono do local e dois massagistas ainda estão detidos e precisam apresentar fiadores para poder sair. Ativistas afirmam que as pessoas que foram presas estavam em um recinto privado – de acordo com a ONG, a acusação foi de ultraje ao pudor, mas, nesse caso, as pessoas estavam em um local fechado.

A ONG local Movimiento Somos alerta para a espetacularização do caso tanto da polícia quanto da mídia, dados pessoais e o status sorológico de alguns dos convidados detidos foram revelados. Vale ressaltar que ser homossexual não é um crime na Venezuela e, assim como no Brasil, é crime revelar o status sorológico de pessoas que vivem com o HIV/Aids.

Durante a audiência judicial, que aconteceu na quarta-feira (26/07), ativistas e familiares dos presos se reuniram em frente ao tribunal aos gritos de “Não é crime”. Os homens, segundo seus advogados, foram presos sem a existência de mandado policial. “Me sinto impotente, é uma dor. Se alguém pergunta, fazem piadas sobre nós, passam por cima de nossa dor. Precisamos que alguém dê um jeito nisso“, protestou a tia de um dos acusados, Ambar Cuevas.

Para a ONG Anistia Internacional, este caso mostra que a comunidade LGBTQIA+ está sob ataques na Venezuela. “33 pessoas são difamadas, 33 pessoas sem auxílio jurídico, 33 pessoas sofrendo campanhas de ódio, 33 pessoas presas arbitrariamente, 33 pessoas capturadas em um local gay, 33 pessoas que evidem a falta de liberdade, 33 pessoas acusadas de homossexualidade“, publicou a ONG em suas redes sociais.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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