Peça que trata de acolhimento, compreensão e combate à transfobia volta aos palcos do Rio

Após temporada de sucesso pelas lonas cariocas, o espetáculo Cama de Gato retorna aos palcos do Teatro João Caetano (RJ) nos dias 18 e 19 de agosto. Com texto de Max Mendes e direção Márcio Vieira, a peça fala de amor, aceitação, acolhimento, visibilidade e distorção de valores. A obra aborda justamente esses temas inquietantes, que incomodam, ainda, muita gente, mas que também possibilitam a abertura de espaço para um debate mais amplo sobre transfobia.

O título da peça faz uma alusão a uma  brincadeira feita com barbantes que dá-se o nome de cama de gato. A trama envolve três amigos, garotos de programa, que moram num condomínio em Copacabana. Com a chegada de uma misteriosa trans, hostilidade e discriminação se tornam evidentes, mesmo sendo eles gays, revelando a vulnerabilidade de pessoas transexuais e travestis dentro da comunidade LGBTQIA+.

O machismo é pesado. É ele que pesa na nossa sociedade patriarcal. Mostrar a um público diverso que a ‘cultura do macho’ também está presente na comunidade LGBTQIAPN+ escancara o quanto esse horror a tudo que se aproxima do feminino é nocivo. Quando um gay que conserva padrões heteronormativos demonstra repulsa a um gay afeminado, o machismo é a raiz dessa ambiguidade. Quando pessoas trans são discriminadas dentro da comunidade que deveria abraçá-las, o machismo está presente. E o machismo é um mal que deve ser discutido, refletido e calado por todes”, pontua Max.

Para o diretor Márcio Vieira, trazer esse assunto à tona é fundamental. “A principal proposta, acredito eu, dos produtores, do autor, minha e do elenco, seria desmistificar através da arte esse conceito tão negativo, às vezes, marginalizado de um tema ainda pouco falado e, até mesmo, entendido por muitos”.

Quem interpreta a trans Lois Lane é a atriz Ava Simões, Miss Trans Star Internacional 2019, Miss Brasil Gay 2009 e cirurgiã dentista, que já fez participações em programas de TV, como “Amor e sexo” e da novela “Toma lá, dá cá”, da TV Globo. No Cinema, participou do curta-metragem “Meu preço”, de Fabrício Santiago, dirigido por Hsu Chien. Sua história já foi contada no documentário “Minha Vida – Ava Simões”, dirigido por Marcone Felix.

Estou honrada em emprestar meu corpo para essa grande mulher. Está sendo um desafio iniciar minha carreira no teatro falando de amor e das dores de uma mulher trans apaixonada. Em muitos momentos, dói ouvir o que a personagem escuta do seu amado e do mundo à sua volta. Eu escolho ser tão forte como Lois Lane é”, conta Ava.

Serviço

Dias: 18 e 19/8 (sextas às 19h e sábados às 18h)
Teatro João Caetano (Praça Tiradentes, s/n – Centro, Rio de Janeiro )
Ingresso: A partir de R$ 25,00
Duração: 75 min

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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