Autora de livros infantis entra na lista de proibições dos EUA porque seu sobrenome é “Gay”

Uma autora de livros infantis encontrou seu trabalho banido do Alabama (EUA) por causa de seu sobrenome. O livro “Read Me A Story, Stella“ (Leia uma história para mim, Stella), de Marie-Louise Gay, teria sido removido da seção infantil da Biblioteca Pública do Condado de Huntsville-Madison (HCPL, na sigla em inglês) após ser erroneamente rotulado como “sexualmente explícito” devido ao sobrenome da autora.

Kirsten Brassard, publicitária da Groundwood Books, editora de Gay, disse à publicação local AL.com que, por mais que o erro de censura fosse “obviamente ridículo”, ele não deveria diminuir o “ridículo” do sistema de censura do estado. “Isso prova, como sempre, que a censura nunca significa limitar o acesso a este ou aquele livro. Trata-se de enviar às crianças a mensagem de que certas ideias – ou mesmo certas pessoas – não são dignas de discussão. Esta é uma mensagem de ódio num lugar como uma biblioteca pública, onde todas as crianças devem se sentir seguras e onde a sua curiosidade sobre o mundo deve ser nutrida. Não houve debate. Não houve conversa“, destacou Kirsten.

A diretora executiva do HCPL, Cindy Hewitt, observou que o livro não deveria ter sido colocado na lista de 233 títulos censurados e confirmou que isso foi feito por causa da palavra-chave “gay”. “Obviamente, não vamos tocar nesse livro”, disse Hewitt. Ela disse que pediu a 10 gerentes de filiais que usassem palavras-chave como “sexualidade, gênero, sexo e namoro” ao explorar possíveis livros a serem sinalizados, mas observou que houve falta de comunicação e confusão durante o processo.

Lançado em 2013, o livro infantil, voltado para crianças de cinco anos ou menos, conta a história da personagem Stella e seu irmão Sam que aprendem sobre a emoção da leitura. Apesar disso, segundo informações do portal Pink News, ele está atualmente na seção adulta da biblioteca. A lista que incluía esse livro enfrentou críticas internas e públicas porque os críticos dizem que ela tinha como alvo a comunidade LGBTQIA+. Cindy Hewitt negou.

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