Qual é a história por trás dessa foto vintage homoerótica ganhadora do Prêmio Pulitzer?

Se você circula pelo X – antigo Twitter -, provavelmente já se deparou com uma foto extremamente romântica de dois homens se beijando enquanto estão suspensos em dois postes. Uma versão colorida da foto – tirada em 1967 pelo fotógrafo Rocco Morabito – recentemente voltou a circular na rede social, mais uma vez impressionando os internautas com sua beleza. 

Chamada de “O Beijo da Vida”, a foto foi tirada por Morabito para o jornal The Jacksonville Journal, de Illinois (EUA), e ganhou o Prêmio Pulitzer de fotojornalismo em 1968. Por um bom motivo: é uma foto linda e emocionante que realmente conta uma história. Mas a imagem traz um contexto mais profundo e, surpreendentemente, é menos romântica do que você imagina à primeira vista.

Morabito não estava procurando documentar um momento intenso na vida de dois trabalhadores de serviços públicos, mas quando viu JD Thompson fazendo respiração boca a boca no colega de trabalho Randall G. Champion, ele ficou paralisado. Ele estava indo filmar cenas de um ataque quando viu Thompson tentando salvar Champion de um acidente mortal após ser eletrocutado.

Devido ao posicionamento estranho dos trabalhadores, uma ressuscitação cardiopulmonar (RCP) não era uma opção. É por isso que o boca a boca era a única maneira de devolver a vida ao inconsciente Champion, levando-nos a esta imagem acidental dos dois homens abraçados. Por causa do raciocínio rápido de Thompson, Champion sobreviveu ao encontro com a morte.

Pode ter sido apenas um dia dramático de trabalho para estes dois trabalhadores, mas o poder desta imagem vai inquestionavelmente além do seu contexto original. Sem saber nada sobre a foto, é um registro belíssimo de uma época em que ver dois homens se beijando era tabu em quase todos os contextos. Quando Morabito capturou este momento, ele capturou a imaginação dos telespectadores nas décadas seguintes. O “Beijo da Vida” certamente carregava mais de um significado para os espectadores gays que podiam olhar para a imagem e se ver refletidos, mesmo que acidentalmente.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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