Ikaro Kadoshi revela que tentou tirar a vida 3 vezes: “aos 13, aos 16 e aos 18”
Ikaro Kadoshi, uma das drag queens brasileiras mais aclamadas por seus 24 anos de carreira e diversificação de trabalho além dos palcos, falou com emoção sobre como, dos 13 aos 18 anos, pensou por três vezes tirar sua própria vida. Sob a pressão de seu avô, para que “se curasse da homossexualidade”, Ikaro foi submetida a diversas terapias de conversão, bem como até sessões de exorcismo aos 13 anos.
Em entrevista ao mesacast do youtuber Marcio Rolim, que apresenta o canal Bee40tona, Kadoshi se emocionou ao relatar esse momento: “Desculpa falar abertamente, porque a gente sabe que isso é perigoso, mas eu tentei suic1dio três vezes. Aos 13, aos 16 e aos 18. A primeira porque eu fui exorcizado, meu avô me levou pra ser exorcizado por três freiras porque eu tinha o demônio da luxúria em mim. Aos 16, porque ele me levou em psicólogo, em terapia de hipnose, todas as coisas que existiam na época”, revela.
“Por último, ele falou ‘vou te levar para confessar’ e a minha ligação com o espiritual sempre foi muito grande, se estou vivo hoje é porque o Deus que eu creio me ama e me faz levantar da cama. Então com 16 eu fui me confessar e disse ‘padre, eu tô aqui porque meu avô mandou pra dizer que eu sou gay’ e aí ele falou pra mim ‘pode levantar e ir embora porque você não tem mais salvação, não tenho o que fazer por você'”.
“E então eu subi num prédio, olhei pro mundo, e falei ‘o que eu estou fazendo aqui se a única coisa que me restou me foi dito que não me amavam, então não tenho mais o que fazer aqui’ e algo me segurou, e não consegui fazer aquilo. E aos 18, porque eu eu fui ensinado que eu não era desejável, não era masculino, não tinha pelos, eu ouvia ‘ninguém vai amar você assim’, e a gente sabe que isso é uma reprodução de dores internas, então comecei a entrar na neura, precisava malhar, fazer algo para ter barba, me encaixar nesse padrão para que alguém ache que eu tenho algum valor para ser amado”, finaliza Ikaro revelando que a drag foi o que a ensinou a desconstruir isso todos os dias: “A arte me salva de mim e dos outros, me salva das mazelas do mundo”.