Quadro de Rafael Infante no “Fantástico” é criticado por fazer caricatura ofensiva dos gays

O novo quadro humorístico de Rafael Infante no “Fantástico”, exibido no último domingo (20/10), causou grande repercussão negativa nas redes sociais. O ator interpreta o personagem Carlinhos Avelar, um apresentador de programa jornalístico com trejeitos exageradamente afeminados, o que gerou críticas por parte do público. A figura, que nasceu originalmente no Porta dos Fundos, foi vista como uma caricatura ofensiva da comunidade gay, especialmente dos homens afeminados, o que remeteu a um estilo de humor ultrapassado.

Nas redes sociais, especialmente no Twitter, as críticas ao quadro de Infante foram imediatas. Muitos internautas questionaram o papel do “Fantástico” em promover esse tipo de representação estereotipada em 2024, destacando que a piada central parecia residir na forma exagerada como o personagem se comportava, e não nas notícias que ele deveria estar resumindo. “2024, faltando 2 meses para 2025. O 2º Jornal mais importante do Brasil. Traz um Heterossexual, imitando de forma jocosa um apresentador ‘afeminado’. Reaproveitaram o roteirista do finado Zorra Total? Não tem 1 grupo controle pra criticar?’”, questionou o telespectador do jornalístico dominical da TV Globo. 

Entre as vozes de destaque, o jornalista Fefito, conhecido por sua defesa dos direitos da comunidade LGBTQIAPN+, também se pronunciou. Em sua coluna no portal Terra, ele criticou o fato de o quadro transformar uma parcela historicamente perseguida em motivo de piada, destacando que a Globo, como uma das maiores emissoras do país, tem uma responsabilidade especial em não perpetuar preconceitos. “Rafael Infante pode fazer melhor. O ‘Fantástico’ tem obrigação de fazer melhor. Não pegou bem. Num canhão como a Globo, não dá para transformar ofensa em ‘brincadeira'”, destacou o jornalista.

Essa controvérsia levanta um debate mais amplo sobre o papel da mídia em evoluir junto com a sociedade. Formatos de humor que foram aceitos em décadas passadas hoje não encontram mais espaço em uma sociedade que se preocupa cada vez mais com representatividade e inclusão.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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