SP: Ocorrências de “Boa Noite, Cinderela” aumentam no Centro e viram motivo de campanha
Conhecido em cenas de novelas e filmes, o golpe apelidade de “Boa Noite, Cinderela” parece uma lenda urbana, distante da nossa realidade. No entanto, o ataque vem crescendo nos últimos meses nas festas LGBT do centro de São Paulo, a ponto de virar motivo para uma campanha de alerta!
Nos últimos meses, jovens frequentadores de festas da região central passaram a registrar casos do crime, até então mais ligado a casas noturnas caras de bairros nobres. Para aplicar o golpe, bandidos vêm usando Cetamina, um anestésico usado em cavalos que, em humanos, induz um transe em que a pessoa fica desperta e capaz de se comunicar, ainda que sem memórias do que ocorre durante a sedação.
Entre as vítimas está o biólogo Rafael, de 27 anos. Segundo conta para o BuzzFeed Brasil, ele estava diante da boate L’Amour, na República, em São Paulo, quando foi abordado por um rapaz. Achou que fosse paquera. O homem o acompanhou até o bar da esquina para comprar cigarros. “Lembro de vários flashes. Acho que ele colocou algo na minha cerveja quando eu dei o copo para ele segurar enquanto eu ia acender meu cigarro”, contou o biólogo.
O ladrão roubou R$ 3,4 mil com retiradas de dinheiro e do cartão de crédito, além do celular do biólogo. O banco se recusou a reembolsar Rafael, que precisou recorrer a uma vaquinha com os amigos do Facebook para recuperar o prejuízo. Já na delegacia de Pinheiros, onde prestou queixa, o biólogo se sentiu constrangido de contar toda a história e omitiu que era gay. “Não contei a história para não ouvir aquilo de ‘vocês bebem muito, são promíscuos’. Já aconteceu com meus amigos”, desabafou.
Campanha
A série de golpes vêm crescendo tanto que boates estão criando campanhas para alertar frequentadores. É o caso de Tiago Guiness, DJ e um dos produtores da Tenda. “Fizemos os cartazes para ver se isso diminui de alguma forma essas ocorrências.
Não sei o quanto é suficiente a campanha mas nossa preocupação aumentou do final do ano para cá”, conta.
Segundo o delegado Eduardo Luis Ferreira, do 4º Distrito Policial de São Paulo, são registrados cerca de três crimes desse tipo semanalmente na delegacia. Vamos tomar cuidado!