Projeto para criar Dia do Orgulho LGBT cai na Alerj por falta de votos

No Dia Internacional da Luta contra a Homofobia, celebrado nesta quinta-feira (17/05), a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) não teve quórum para votar o projeto que criaria o Dia do Orgulho LGBT no estado. Houve, ainda, acalorada discussão no plenário.

Neste ano, o projeto de autoria de Carlos Minc (PSB) completa oito anos se arrastando na Casa. Entre 17h e 17h30, quase dez projetos foram votados em 15 minutos apesar do baixo número de deputados. Logo depois, a pedido de Fábio Silva (MDB) e Flávio Bolsonaro (PSL), foi pedida verificação de quórum. Sem o número suficiente de parlamentares, a pauta caiu. Antes, Luiz Paulo (PSDB) apresentou emenda propondo a ampliação do projeto para LGBTQIA+.

“É um dia para marcar posição. O preconceito tem que acabar”, defendeu André Lazaroni (MDB). Um dos autores do pedido de verificação de quórum, Fábio Silva rebateu seu colega de partido. “Só para deixar claro que não existe nenhuma forma de preconceito da minha parte. Se fosse assim, os projetos que são apresentados por mim que protegem igrejas e têm votos contrários da bancada do PSOL também seria preconceito com a igreja. Só não concordo que seja criado um Dia do Orgulho Gay”, opinou.

Do PSOL, Flávio Serafini respondeu lembrando dos inúmeros casos de violência contra a população LGBT. “O Brasil é recordista mundial de assassinatos contra pessoas trans e contra a população LGBT. Aí a gente vê a negação da criação do Dia do Orgulho LGBT. É ‘orgulho’ porque se trata de uma parcela historicamente oprimida, de quem tinha negado o direito de ser quem era. Orgulho porque é o contrário da vergonha”.

Bolsonaro discordou dos dados e opinou que não há registros precisos de agressão contra minorias. “Não tem o menor preconceito da nossa parte. Cada um faz o que quer da sua parte. Mas se você quer instituir algo que é “orgulho” estar na sua intimidade, ninguém tem nada com isso. Muito menos o estado, muito mesmo essa Casa”, afirmou. Quando a discussão já chegava a quase uma hora, o tucano Luiz Paulo tentou encerrar o debate. “Se não fosse preconceito, não estaríamos discutindo há tanto tempo. Já criamos o dia em homenagem a tantas coisas”. Às 18h15, a pauta caiu por falta de quórum. Apenas 10 dos 70 parlamentares votaram.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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