ONU denuncia Irã por usar eletrochoque como forma de tortura em crianças LGBTQ+
Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu que a República Islâmica do Irã impôs tortura por choque elétrico em crianças LGBTQ+, entre outras violações dos direitos humanos. Segundo informações do portal Pink News, a denuncia teria partido pelo relator especial da ONU, Javid Rehman, a Associação Internacional de Gays e Lésbicas (ILGA, na sigla em inglês).
“Crianças lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (não operados) foram submetidas a choques elétricos e à administração de hormônios e medicamentos psicoativos fortes“, denuncia Rehman no relatório. Segundo ele, os tratamentos dados aos LGBTs pelo país se assemelham ao tratamento nazista e de outros regimes fascistas. “O direito internacional é claro ao garantir a proteção dos direitos humanos de todas as pessoas, incluindo LGBTs e pessoas intersexo”.
“O tratamento relatado a esses indivíduos viola seus direitos à liberdade, julgamento justo, integridade, privacidade, dignidade, igualdade perante a lei, não discriminação e a proibição absoluta da tortura e de outros tratamentos e punições cruéis, desumanos e degradantes, conforme consagrado no lei internacional“, destaca Rehman.
O governo iraniano afirma que não houve coerção nas práticas de “tratamento“. O governo ainda não se pronunciou sobre o relatório, que será discutido durante a 46ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, de 22 de fevereiro a 23 de março. No Irã, a homossexualidade é crime, e a relação sexual homoafetiva pode ser punida com prisão, punição corporal ou execução em praça pública. Ativistas dos direitos humanos estimam que o governo executou entre 4.000 e 6.000 gays e lésbicas desde 1979.