Nos 10 anos sem Hebe, filho da apresentadora lembra quando mãe foi censurada por se posicionar pró-LGBTs

Marcello Camargo, filho de Hebe Camargo, revelou detalhes sobre a luta da apresentadora em favor da comunidade LGBTQIA+ após 10 anos de sua morte, em 29 de setembro de 2012, aos 83 anos. Uma das primeiras apresentadoras a abrir as portas da TV para homens gays, mulheres lésbicas, travestis e drag queens, Hebe chegou a ser censurada por se posicionar a favor da causa.

Minha mãe tomava essa frente e defendia a causa ainda na época da ditadura. Ela sofreu preconceito e censura por se posicionar dessa maneira, mas nada abalava o posicionamento dela. Quando tinha um ideal e uma posição, nem mesmo a censura e a política eram fortes contra ela”, disse Marcello em entrevista ao portal IG. “Ela ficava indignada com o preconceito. Inclusive teve um episódio, se não estou enganado, em que ela pediu que a plateia toda se levantasse para fazer uma oração em favor do cabeleireiro dela que era homossexual e havia morrido. Havia um padre que se recusou, demonstrando total preconceito por se tratar de um homem gay. Ela ficou indignada por conta dessa negativa do pároco”, lembrou ele.

A reportagem destaca que, além de levar ao seu programa a única travesti brasileira a estampar a capa da Playboy, Hebe também recebia sempre em seu sofá a atriz trans Rogéria, que morreu em 2017, e abriu espaço para a atriz Nany People, que virou repórter fixa de seu programa. “Ela tinha uma admiração muito grande. Ela sempre admirou demais as travestis e as transformistas, abria o programa para todas. Não importava se a pessoa era homem, mulher, travesti, trans, ela admirava o artista em si. Ela gostava de mostrar no programa dela o talento das pessoas, independentemente de sexo, preferência sexual, cor e ela estava aberta a todos os artistas”, contou o herdeiro.

De fato, a importância da apresentadora para a televisão brasileira é inquestionável. Em 1987, por exemplo, em uma das entrevistas mais icônicas do programa “Roda Viva“, da TV Cultura, Hebe foi questionada sobre a homossexualidade. A resposta dela entrou pra história da tv brasileira. “Teve muita repercussão naquela época, mas acho que hoje tem sido ainda mais. É impressionante como isso viralizou. A todo tempo, sempre tem alguém repostando isso nas redes sociais“, ressalta Marcello.

Confira a resposta de Hebe ao jornalista Augusto Nunes

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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