Retiros da igreja de André Valadão promovem cura gay com sessões de exorcismo

Mergulhado em polêmicas sem previsão para acabar, o pastor André Valadão, de 45 anos, teve seu nome envolvido em mais uma. Desta vez, segundo reportagem da Veja, os ataques promovidos por Valadão contra a comunidade LGBTQIA+ não se restringe apenas às falas transmitidas de Orlando, EUA, mas, pela Igreja Batista da Lagoinha, com sede em Belo Horizonte e comanda pelo religioso, que promove uma suposta “reorientação” da sexualidade, conhecida como “cura gay”.

De acordo com a reportagem, que ouviu relatos de pessoas que passaram pelo processo, retiros que duram de três a oito dias e chegam a custar até três mil reais, são realizados na Estância Paraíso, que fica a 40 minutos de BH. Conforme os participantes, a promoção da “cura gay” não é explícita. “Nossos retiros não são só para homossexuais, lésbicas, essas coisas, mas sempre trabalhamos a cura e a libertação interior, e muita gente sai restaurada”, afirmou uma atendente do local a publicação. “Eles entendem que essa não é a vida que agrada ao senhor.”

Entre os fiéis que passaram pela experiência está a publicitária Cláudia Baccile, de 33 anos. Ela conta que nas dinâmicas os participantes são bombardeados com ideias como as de que “a homossexualidade é o pecado extremo” e que quem se envolver em ato sexual dessa natureza “será condenado à morte eterna”“Na época, já me via como lésbica e fui levada a uma sessão de exorcismo”, diz Cláudia.

“O trabalho é tão forte que as pessoas são induzidas a acreditar que estão demonizadas E é aí que se seguem as sessões de exorcismo”, disse Bob Botelho, pastor gay e fundador da organização Evangélicxs pela Diversidade, que passou pelo retiro em 2013, para tentar anular a sua homossexualidade.

Vale ressaltar que desde 1999, o Conselho Federal de Psicologia proíbe que seus associados tratem a homossexualidade como patologia. “Não existe psicologia cristã: ela é laica e todas as vertentes precisam obedecer às mesmas resoluções”, esclarece Pedro Bicalho, presidente da entidade.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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