Amaury Lorenzo relembra ataque preconceituoso na infância: “Tomei um tiro de escopeta”
Na noite da última quarta-feira (09/10), o ator Amaury Lorenzo emocionou o público durante sua participação no programa “Conversa com Bial“. O intérprete de Chico, da novela “A Volta Por Cima“, se surpreendeu logo na abertura do programa, ao ouvir as palavras de carinho e reconhecimento do apresentador Pedro Bial. “Rapaz, você já me fez chorar só de ouvir você”, brincou o ator mineiro enquanto enxugava as lágrimas. A conversa seguiu com Amaury dividindo memórias pessoais, incluindo sua trajetória como ator e sua paixão pela dança, que começou ainda na infância.
Em um momento comovente da entrevista, Amaury compartilhou um episódio marcante de sua juventude, quando foi vítima de um ataque enquanto voltava de uma aula de balé clássico. “Eu já tomei um tiro de escopeta nas costas. Tinha 11 anos, estava com minha sapatilha preta na mão”, relatou o ator. O agressor, que era colega de escola, não aceitava a escolha de Amaury pela dança, refletindo o preconceito que o artista enfrentava por combinar o balé com o futebol, algo incomum para os padrões da época. Mesmo após o ataque, Amaury não desistiu de sua paixão e seguiu firme em seu propósito.
Nascido em Congonhas, interior de Minas Gerais, Amaury relembrou as dificuldades enfrentadas em uma cidade onde o preconceito era forte. “Os amigos não entendiam como um menino podia jogar bola e fazer balé ao mesmo tempo”, contou. Ele revelou ainda que a incompreensão não se limitava à sua escolha artística, mas também afetava sua família. “Minha mãe e meu pai passaram por muito, não por mim, mas por causa do entorno de uma cidade extremamente preconceituosa”, desabafou.
Apesar das adversidades, Amaury Lorenzo deixou claro que as experiências difíceis o fortaleceram. Ele revelou que ainda carrega uma lembrança física daquele episódio: “Esse chumbinho ainda está aqui. Eu gosto das marcas da vida, que nos lembram o quanto somos fortes e poderosos”, afirmou o ator, emocionando não só o apresentador, mas também os telespectadores que acompanhavam a entrevista.