Judy Garland e Stonewall: como a despedida de uma estrela inspirou um marco histórico LGBTQIA+

Mariana Mortani, jornalista, roteirista e tradutora, usou sua conta no X (antigo Twitter) para compartilhar uma curiosidade que liga dois momentos marcantes na história LGBTQIAPN+: a morte da atriz Judy Garland e a Revolta de Stonewall. Em uma série de publicações, ela explicou como a despedida da estrela de “O Mágico de Oz” e o surgimento do Dia do Orgulho estão conectados.

“Você sabia que a revolta de Stonewall tem ligação com a morte da Judy Garland e que a expressão ‘amigo da Dorothy’ se tornou um código para pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ na década de 1940? Pois te explico tudo”, escreveu ela. Mariana começou destacando como a expressão “amigo da Dorothy” ganhou popularidade na época do lançamento de “O Mágico de Oz“, em 1939.

Segundo a jornalista, em um período em que ser homossexual era crime nos Estados Unidos, a dinâmica de “além do arco-íris” e os simbolismos do filme se tornaram um código para que pessoas LGBTQIAPN+ se reconhecessem. “Os policiais, sem saber da referência ao filme, chegaram a investigar se existia uma Dorothy real que fosse líder ou ativista do movimento”, destacou Mariana, mencionando também que a série “A League of Their Own” retrata esse contexto em um de seus episódios.

A conexão direta com Stonewall veio no dia 27 de junho de 1969, quando o funeral de Judy Garland reuniu muitas pessoas LGBTQIAPN+ no bar Stonewall Inn, um conhecido refúgio para a comunidade em Nova York. De acordo com Mariana, a presença massiva no local colocou o bar em evidência, o que culminou em uma batida policial na madrugada do dia 28. “Infelizmente, essas batidas eram frequentes na época, mas, naquela noite, a comunidade estava em maior número e se uniu para proteger quem estava sendo preso, principalmente drags e pessoas trans”, explicou.

A jornalista relembrou que a rebelião não se limitou àquela madrugada. A partir de 28 de junho, as manifestações continuaram por seis dias consecutivos, com a comunidade LGBTQIAPN+ parando Nova York para reivindicar direitos civis e melhores condições de vida. “Esse ato é um marco histórico e deu origem ao Dia do Orgulho”, concluiu Mariana. Mais do que uma curiosidade histórica, sua narrativa ressalta como momentos de dor e resistência podem se transformar em símbolos de luta e orgulho coletivo.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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