Vídeo mostra travesti amarrada dentro de porta malas e sendo torturada diante de Guardas Municipais de Teresina
Um vídeo de causar repulsa que passou a circular nas redes sociais, nesta terça-feira (20/07), mostra uma travesti amarrada no porta-malas de um carro enquanto é agredida por pelo menos dois homens que usam um pedaço de madeira. As cenas de tortura contra a vítima, que não teve a identidade revelada, aconteceram diante de Guardas Municipais no bairro São Joaquim, na Zona Norte de Teresina, nesta segunda (19/07).
De acordo com informações do G1, a travesti teria sido flagrada furtando e, por isso foi presa pelos populares. A gravação mostra ela com os pés amarrados sendo apresentada a dois guardas municipais. Nesse momento, ela é jogada no chão por um de seus agressores. Já em outro momento do vídeo, a travesti aparece dentro de um porta-mala de um carro sendo agredida com pedaço de madeira e tapas por dois homens, que pedem informações sobre um botijão de gás e um colar. O vídeo foi compartilhado pela Antra (Associação Nacional dos Travesti e Transexuais), que repudiou a ação e classificou a agressão como tortura e transfobia, e pede a punição dos agressores e dos profissionais da Guarda Municipal de Teresina.
“Exigimos uma resposta imediata para identificar e responsabilizar os envolvidos nessa barbárie. É inadmissível a espetacularização da violência contra pessoas trans de forma pública e aceita de forma naturalizada por quem assiste passivamente esse horror“, disse a associação. “Que ela seja levada a justiça pelo seu erro, mas que tenha suporte diante de tamanha violência. E que esses torturadores que aparecem no vídeo são denunciados, processados e paguem pelo que fizeram. Tortura é crime“, ressaltou.
Em nota a Guarda Civil Municipal (GCM) informou que, quando os agentes chegaram ao local, as agressões já não estavam acontecendo. No entanto, o vídeo mostra que os guardas presenciaram as agressões. A GCM informou ainda que a travesti e o agressor foram conduzidos à Central de Flagrantes de Teresina e que o comando da instituição irá avaliar se houve falhas na conduta de guardas que estiveram no local.