Pastor desafia policiais e faz ataques racistas e homofóbicos, no Rio: “Igreja não levanta placa de negro e veado”
Preso pelo crime de intolerância religiosa, em 2009, por ter chamado os judeus de “vermes“, o pastor Tupirani da Hora Lores voltou a fazer comentários racistas, machistas e homofóbicos em um culto na Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Durante pregação, o pastor afirmou que a “igreja não levanta placa de filho da puta negro e veado”.
O discurso de Lores foi feito em resposta ao pedido de desculpas da pregadora Karla Cordeiro, da Igreja Sara Nossa Terra. Ela havia dito para fiéis pararem de “ficar postando coisa de gente preta, de gay“, em 31 de julho. Após a repercussão do vídeo e da abertura de um inquérito policial, Karla publicou uma nota de retratação, no dia 3 de agosto. Já no dia 5 de agosto, no altar da sua igreja, o pastor questionou o fato da pregadora ter feito discurso e ter voltado atrás depois que “um babaca de um delegado pressiona“. “Sabe o que você é, Karla Cordeiro? Você é uma p*ta, uma prostituta, seu pastor deve ser um veado e a sua igreja toda é uma igreja de prostitutas. Vocês não são evangélicos. Malditos sejam vocês, que a garganta de vocês apodreça por terem ousado tocar no nome de Jesus, raça de put** e piranhas, é isso que vocês são“, disse o pastor.
“A igreja de Jesus Cristo não levanta placa de filho da pu*a negro nenhum, não levanta placa de filho da pu*a de político, não levanta placa de filho da put* de veado. A igreja de Jesus Cristo só levanta a sua própria placa, porr*“, disse o pastor aos berros, em meio a salva de palmas e gritos de “aleluia” de fiéis que acompanhavam a pregação. Em outro momento, ele chega a desafiar agentes policiais. “Manda o delegado vir aqui pedir a minha retratação. Ele não é homem para isso, eu sou vencedor do sistema, ninguém me detém. Eu falo, mando para a pu*a que pariu e continuo mandando. Manda de novo a (Polícia) Federal dentro da minha casa e vai ver se eu cresço ou diminuo, por*a“, afirmou.
De acordo com a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI), um inquérito está em andamento para apurar as novas falas de Lores.