Foto: Reprodução/Instagram

Eduardo Leite nomeia deputado com passado LGBTfóbico para comandar Secretaria de Direitos Humanos

Mateus Wesp (PSDB), nomeado pelo governador Eduardo Leite (PSDB) para comandar a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, tem histórico de projetos e declarações LGBTFóbica. Em 2019, por exemplo, o deputado estadual chegou a afirmar que transexuais são pessoas com “identidades inventadas socialmente”.

Em 2017, quando era vereador de Passo FundoWesp apresentou projeto para excluir o termo “gênero” no PME (Plano Municipal de Educação) de Passo Fundo, tanto na esfera pública quanto na privada — a inclusão do termo ocorreu em 2015. O projeto foi para votação em 2018 com algumas modificações e aprovado por 12 votos favoráveis e dois contrários. Os vereadores aprovaram substitutivo para que toda menção à palavra “gênero” fosse seguida de “masculino” ou “feminino“. Em seu blog pessoal e ao discursar na Câmara de Passo Fundo para defender seu projeto, Wesp alegou que o termo “gênero” da forma como aparecia no PME não esclarecia se fazia referência “aos tradicionais gêneros masculino e feminino“, ou se era direcionado às “dezenas de outras identidades inventadas socialmente“, o que, diz o agora secretário, permite o “uso ideológico do termo ‘gênero‘”, além de “levar confusão à cabeça das crianças“.

Wesp ainda defendeu que quem deseja “deixar o termo vago e aberto provavelmente acredita na teoria/ideologia de gênero e tem pretensão de ensinar às crianças e aos adolescentes que existem centenas de outros gêneros sem vinculação com o sexo biológico, que não estão previstos no ordenamento jurídico, nem possuem embasamento científico“. Além disso, o secretário também foi contrário ao relatório da Comissão LGBT no RS, criada e presidida por Luciana Genro em 2019.

Procurado pelo UOLWesp afirmou que pautará o tema da diversidade e inclusão “como prioridade” em sua gestão à frente da Secretaria, com um departamento próprio para discutir temas como combate à intolerância, “que envolve, entre vários aspectos, intolerância sobre questões de gênero“. No entanto, ao ser questionado pela reportagem se mantém a mesma posição em relação a necessidade de discutir gênero em sala de aula, Wesp disse que prefere não comentar sobre o assunto. Em nota, Eduardo Leite defendeu o secretário e afirmou que “embora possa ter divergências em temas específicos, [Mateus] se mostra aberto ao diálogo e sempre agiu em respeito à dignidade humana“.

VEJA + NO PHEENO TV

Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

Você vai curtir!