Cientistas de todo o mundo pedem em carta aberta que presidente ugandes anule PL anti-LGBT

Cientistas de todo o mundo escreveram uma carta aberta pedindo ao presidente de Uganda, Yoweri Museveni, que anule um projeto de lei que tornaria a homossexualidade ilegal no país da África Oriental. Antes da aprovação do projeto de lei, Museveni pediu aos cientistas que investigassem as pessoas LGBTQIA+, para entender se ser homossexual era “natureza ou criação”.

Os homossexuais são desvios do normal. Por quê? É por natureza ou criação? Precisamos responder a essas perguntas. Precisamos de uma opinião médica sobre isso. Vamos discuti-lo minuciosamente“, disse o presidente. É a segunda vez que Museveni encomendou tal estudo, e a segunda vez que estudos mostram que a homossexualidade é “natural e normal”. Um grupo de cientistas importantes aceitou o desafio do presidente e escreveu uma carta aberta condenando o cruel projeto de lei de Uganda, informou a CNN.

Não podemos dizer o suficiente: a homossexualidade é uma variação normal e natural da sexualidade humana. A ciência sobre esse assunto é cristalina e pedimos a você [Museveni], nos termos mais fortes possíveis, que vete o projeto de lei em nome da ciência”, dizia a carta. “Não podemos pensar em uma grande organização científica que argumentaria contra a ideia de que a homossexualidade não é normal e natural.” No texto, os cientistas acrescentaram que, embora a genética possa desempenhar um papel, a homossexualidade não pode ser pega como um “resfriado comum”.

A exposição às bandeiras do arco-íris não tornará uma criança gay. A orientação sexual não se limita a nenhuma região específica. Não é confinado por fronteiras desenhadas em um mapa. Não precisa de passaporte para viajar. De fato, há evidências claras de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo na África que datam de centenas de anos“, explicam os cientistas. Esta não é a primeira vez que Museveni chama a comunidade médica para investigar a homossexualidade.

Em 2014, a equipe de trabalho ministerial de Uganda, solicitada pelo presidente para aconselhá-lo, adulterou documentos para que ele votasse contra a homossexualidade. O Mail & Guardian descobriu que os documentos apresentados ao presidente continham informações falsas fornecidas por especialistas médicos e psicológicos, distorcendo-as para mostrar que pessoas LGBTs deveriam ser punidas ainda mais. Após o relatório, Museveni, que está no poder desde 1986, promulgou uma nova lei que endureceu as penas para relações entre pessoas do mesmo sexo.

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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