Presidente de país africano diz que LGBTs “deveriam ser apedrejadas” em discurso arrepiante

O presidente do Burundi, Evariste Ndayishimiye, que lidera a região desde 2020, disse que as pessoas LGBTQIA+ no país da África Oriental “deveriam ser apedrejadas” no meio de um discurso violento durante coletiva de imprensa na última sexta-feira (29/12).

O presidente, que é católico, descreveu a aceitação das identidades LGBTQIA+ como “atrair uma maldição” para um país antes de afirmar que não há membros da comunidade no território. “Pessoalmente, penso que se virmos este tipo de indivíduos no Burundi, deveríamos colocá-los num estádio e apedrejá-los. E não seria um pecado para aqueles que o fizessem”, disse Ndayishimiye.

Ele então sugeriu que ser LGBTQIA+ era como “escolher entre Satanás e Deus”. Ainda em seu discurso, o presidente afirma que burundeses LGBTs que vivem no estrangeiro e que “escolheram Satanás” não deveriam retornar ao país. “Se você quiser escolher Satanás agora, vá viver nesses países [no Ocidente] e acho que aqueles que se esforçam para ir para lá querem adquirir esses hábitos, eles deveriam permanecer lá e nunca trazê-los para nós”, continuou Ndayishimiye.

A homossexualidade no Burundi é criminalizada desde 2009, com pessoas LGBTQIA+ consideradas culpadas de relações consensuais entre pessoas do mesmo sexo e enfrentando até dois anos de prisão. Além disso, desde 2011, estudantes no país podem ser expulsos da escola se forem suspeitos de serem LGBTQIA+, e um relatório do Conselho dos Direitos Humanos da ONU de 2012 concluiu que um jovem foi “amarrado a um poste” durante horas como castigo por ser homossexual.

Em 2017, a polícia do Burundi anunciou uma “caça oficial” às pessoas LGBTQIA+. O anúncio assustador veio depois que várias pessoas da comunidade, incluindo adolescentes, foram presas e forçadas a pagar subornos exorbitantes pela sua liberdade.

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Felipe Sousa

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