RJ: Sócio do bar Popeye, em Ipanema, é indiciado pelo crime de homofobia
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) indiciou no último dia 27 de abril o empresário Milton Caruso de Freitas, um dos sócios do bar Popeye, em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro, por homofobia contra o designer Fernando Pimentel e o seu marido, Rafael Monteagudo.
O caso aconteceu no feriado do Dia da Independência em 2022. O casal alega que o atendimento a eles foi negado por Milton apenas por serem gays, enquanto casais héteros continuavam sendo atendidos. Depois da situação, o casal decidiu procurar a polícia e registrou queixa. De acordo com as vítimas e testemunhas, Milton teria dito “não vou vender chopp pra gays no meu bar”, “não quero gays no meu bar” e “não quero vocês no meu bar“. Em depoimento à Decradi, ele negou.
Segundo Milton, o que ocorreu foi um desentendimento por parte de Fernando, que não aceitou as condições para ser atendido no bar. Ainda de acordo com o empresário, o designer teria se alterado, tentando justificar a falta de atendimento: “Do nada, ele começou a gritar ‘o senhor só não está vendendo para mim porque eu sou gay. Só está atendendo os bolsominions’, e começou a dar o show dele, então eu falei para ninguém responder ele e ficamos quietos“. Testemunhas, no entanto, negaram a versão e salientaram que ele foi, sim, homofóbico.
Segundo informações do G1, um frequentador do local chegou a dizem na delegacia que foi para outro bar no mesmo dia porque o sócio do Popeye teria se recusado a fornecer bebida para ele. “Diante dos fatos noticiados e documentos acostados, vislumbram-se indícios da prática dos crimes noticiados neste procedimento, concluo pelo indiciamento de Milton Caruso de Freitas pelo cometimento do delito de homofobia“, escreveu a delegada Rita Salim, titular da Decradi, em seu relatório ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).
O indiciamento foi enviado ao MPRJ no dia 28 de abril. Até esta quarta-feira (17), o empresário não foi denunciado. Segundo o órgão, o inquérito ainda se encontra em análise na 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital.