Arquidiocese de Nova York condena funeral de ativista trans em catedral: “Pecado e trevas”

A arquidiocese de Nova York denunciou o funeral da ativista argentina-americana dos direitos das pessoas trans e profissionais do sexo, Cecilia Gentili, como “sacrilégio”. O funeral de Gentili aconteceu na Catedral de São Patrício, na semana passada (15 de fevereiro), acompanhado de uma apresentação da estrela de “Pose“, Billy Porter, depois que ativista faleceu tragicamente no início deste mês, aos 52 anos.

Sua morte gerou homenagens esmagadoras da comunidade LGBTQIA+ e de ativistas, que a descreveram como um exemplo “sem remorso” de alegria trans. As imagens do funeral mostraram uma enorme multidão de amigos, fãs e apoiadores honrando o legado de ativismo de Gentili por meio de canções, entoando seu nome e elogiando o trabalho que ela realizou. No entanto, o pároco da Catedral de São Patrício, Enrique Salvo, escreveu uma carta indignada no sábado (17/02) condenando o funeral, que contou com a presença de mais de 1.000 pessoas em luto.

A Catedral só sabia que familiares e amigos estavam solicitando uma missa fúnebre para um católico e não tinha ideia de que o nosso acolhimento e oração seriam degradados de forma tão sacrílega e enganosa”, escreveu Salvo. “O fato de ter ocorrido no início da Quaresma, a luta anual de quarenta dias contra as forças do pecado e das trevas, é um poderoso lembrete de quanto precisamos da oração, da reparação, do arrependimento, da graça e da misericórdia aos quais este período sagrado nos convida“.

A Catedral de São Patrício realizou uma “Missa de Reparação” após o funeral sob a direção do Cardeal Timothy Dolan.O fato de tal escândalo ter ocorrido na ‘Igreja Paroquial da América’ torna tudo pior”, continuou Salvo. Grupos conservadores juntaram-se ao pároco na condenação do funeral, com um grupo dizendo que a atuação de Porter foi “inacreditável e doentia”.

A família de Gentili respondeu à arquidiocese na sua própria declaração, na qual descreveu o funeral da ativista como “um ato radical de amor e luto por uma santa revolucionária na nossa comunidade” e acusou a Igreja de “hipocrisia” e “ódio anti-trans”. “O seu coração e as suas mãos alcançaram aqueles que a Igreja hipócrita continua a menosprezar, oprimir e castigar, e ela mudou as condições materiais de inúmeras pessoas, incluindo pessoas sem-abrigo e aquelas que precisavam de cuidados de saúde.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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