Bailarina de Iza critica dança de Gianecchini e cita apropriação cultural: “Está errado”

A bailarina Makayla Sabino, conhecida por seu trabalho com Iza e Anitta, rasgou o verbo nas redes sociais e expressou sua indignação após assistir ao vídeo de Reynaldo Gianecchini dançando ‘Vogue‘, de Madonna, para o musical “Priscilla, a Rainha do Deserto”. Para Makayla, que é uma mulher transexual, a coreografia apresentada por Gianecchini mostra uma falta de compreensão da cultura ballroom, movimento de pessoas trans e negras que deu origem à dança vogue. 

Para Makayla, ela vê problemas na performance de Gianecchini, na profissional que ensinou a dança e os colegas dançarinos que elogiaram o vídeo. “Fico chocado em ver a galera do mundo da dança incentivando algo que está errado. Não está errado ele querer aprender e estudar, mas está errado a forma como aconteceu. A pessoa que deu aula para ele ou montou aquela sequência não sabe absolutamente nada da cultura ballroom, que foi criado por e para pessoas trans e pretas. Uma pessoa cis e branca jamais conseguirá lhe passar a realidade e vivência desses movimentos, ela mesmo deveria ter esse senso. Não sabe que Madonna foi uma pessoa que se apropriou da cultura. É muito ruim ver isso sendo compartilhado como forma positiva”, disse a dançarina pelo stories do Instagram.

“Me expliquem como uma pessoa branca, elitizada, que não conhece nada sobre o Vogue, porque está nítido ali em todas as movimentações. Como uma pessoa dá uma aula de uma cultura criada por e para pessoas trans, pretas e latinos. As pessoas aplaudem o errado. As pessoas estão se apropriando do que é nosso e não estão pagando. O Vogue é sobre o nosso dinheiro, a nossa vida, a nossa história. Aí chega uma pessoa branca para fazer uma coisa dessa”, continuou Makayla.

Makayla garantiu que não o problema não é o Reynaldo Gianecchini, mas com a instrutora. “Não estou falando do Reynaldo em específico. Falo muito mais de uma profissional que dá uma aula daquela. Porque ele, talvez, está ali num momento de trabalho dele. Aí vocês falam porque bailarino não é valorizado. Parem de apoiar o que é errado. Parem de se apropriar do que não é de vocês”, finalizou.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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