Universidade Federal de São Paulo aprova cotas para pessoas trans na graduação e pós-graduação
Nesta quarta-feira (11/09), o Conselho Universitário (Consu) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aprovou uma importante medida para promover a inclusão de pessoas trans em seus cursos de graduação e programas de pós-graduação. A nova política estabelece a reserva de, no mínimo, 2% das vagas de cada curso de graduação para pessoas transgênero, transexuais e travestis, enquanto na pós-graduação a reserva será de 30% das vagas destinadas a ações afirmativas. Esse percentual será dividido igualmente entre estudantes negros e quilombolas e a outra metade será destinada a indígenas, pessoas com deficiência e trans.
A votação no Consu refletiu um amplo apoio à medida, com 57 votos favoráveis, oito contrários e quatro abstenções. A resolução inclui um processo de validação das candidaturas, que será feito por meio de bancas de heteroidentificação para garantir a veracidade das autodeclarações. A nova norma entrará em vigor nos vestibulares do próximo ano e a porcentagem de vagas reservadas será avaliada e, se necessário, revista a cada três anos.
Com a aprovação desta política, a Unifesp se torna a décima instituição federal a adotar medidas afirmativas específicas para a população trans, seguindo um crescente movimento de inclusão nas universidades públicas brasileiras. Essa iniciativa visa enfrentar a histórica marginalização e exclusão dessa comunidade, promovendo um ambiente mais equitativo e acessível.
Marina Dias, diretora de Políticas Afirmativas da Unifesp, destacou a relevância da nova política, ressaltando que “o Brasil é o país que mais mata pessoas trans do mundo. A criação da reserva de vagas para pessoas trans amplia o acesso deste grupo à universidade pública, representando um grande passo para a inclusão e a ascensão socioeconômica e profissional dessas pessoas historicamente marginalizadas.”