Rapaz adota criança que morava em hospital: “Sou gay e solteiro; não pensei que teria chance”

Ex-assistente social da Cruz Vermelha, Pablo Fracchia, de 37 anos, sempre sonhou em pai. No entanto, por ser homossexual, passou por muito tempo pensando que o preconceito da sociedade não permitiria que ele realizasse este sonho. “Cresci nos anos 1990, pensar em uma família sendo um homem gay era algo impossível na Argentina [onde ele vive]“, contou em entrevista ao portal Brightside.

 “Depois disso, a ideia há muito perdida de uma família, mas especialmente de ter um filho, lentamente voltou à minha mente. Como sempre digo: ‘Quando o desejo venceu o medo’ decidi seguir em frente e preenchi os papéis para iniciar o processo de adoção”, explica ele, que em 2017 passou a pensar em adora uma criança. Dois anos depois, um juiz de família ligou e disse que havia uma menina que, na época, tinha 1 ano e 10 meses morando em um hospital, precisando de uma família.

De acordo com os médicos, a garota tinha um problema gastrointestinal que precisava de tratamentos específicos e, como sua família biológica não era capaz de realizar todos os cuidados necessários, o tribunal de família ordenou que Mia fosse enviada para um hospital de acolhimento que o sistema oferece para crianças com problemas de saúde. “Na Argentina, o processo de adoção geralmente não é difícil, mas é extremamente longo“, pontua o rapaz. “No final, tudo se resume na sorte de encontrar um juiz sensível, aberto e inclusivo o suficiente para pensar que um homem solteiro gay pode ser um bom pai para um bebê”, afirmou Pablo.

No tribunal, também havia outros quatro casais na lista de seleção. Felizmente, o assistente social foi o escolhido. “Nós nos abraçamos por muito tempo. Alguns minutos depois, ela apontou para um brinquedo e começou a brincar com ele. Ela meio que acenou para mim para que eu soubesse que ela queria que eu participasse, foi tudo tão natural”, relembra.

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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