Reportagem alerta para os riscos à saúde causados pelo “crystal”, droga à base de metanfetamina

Uma reportagem especial do jornal O Globo acendeu um alerta para os riscos à saúde causados pelo “crystal“, também conhecida como “Tina” ou “Cris”. A publicação destaca que, apesar dos riscos de convulsão, hipertensão e morte, o entorpecente tem sido usado cada vez mais frequente nos centros como Rio e São Paulo, levando usuários a consultórios particulares.

Na matéria, um jovem carioca de 27 anos relata os efeitos causados pela dependência da droga. Sob a condição de anonimato, o rapaz, identificado apenas como X, conta que conheceu a “tina” durante um encontro casual marcado por um aplicativo de relacionamento, em hotel de Copacabana, na Zona Sul do Rio. Apesar de já ter consumido outras substâncias que circulam nas festas da noite carioca, ele ressalta que essa era a primeira vez que experimentava a droga. Hoje, ele tenta reduzir os danos causados pelo uso da metanfetamina. “Tenho virado noites e mais noites ‘colocado’ (sob efeitos da droga). Ao mesmo tempo em que me sinto quase um super-homem nessas horas, o rebote que vem depois é, por exemplo, o cansaço quando eu deveria estar trabalhando ou em atividades com meus amigos. Sexo sem o crystal passou a me parecer sem graça. Foi quando busquei ajuda na terapia“, conta X.

Para a publicação, o psiquiatra Bruno Branquinho afirma que, na sua opinião, o “crystal” é a droga que causa mais prejuízos aos usuários. “Muitos acabam tendo a vida sexual completamente atrelada à droga. Não fazem mais sexo sem a metanfetamina. Também gastam muito dinheiro, por ser uma droga muito cara no Brasil. E alguns se expõem a outros riscos, como às ISTs (infecções sexualmente transmissíveis)“, diz Branquinho. A reportagem ainda lista os riscos do uso do crystal, entre eles, o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, além de danos a microvasos sanguíneos no cérebro, o que pode levar a acidentes vasculares cerebrais, os AVCs.

Júlio Moreira, diretor do Grupo Arco-Íris, destaca que no Brasil, é uma droga acessível a quem tem mais poder aquisitivo, circulando, no Rio, principalmente na Zona Sul. Por aqui, um grama da tina pode custar de R$ 400 a R$ 550. Por fim, Branquinho destaca a necessidade de psiquiatras, psicólogos e grupos de acolhimentos especializados a quem procura por ajuda. No Nepad, ligado à Uerj, os contatos para atendimentos gratuitos podem ser feitos pelo e-mail [email protected] ou pelos números de WhatsApp (21) 96905-8026 e (21) 98091-8470.

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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