Jovem é preso depois de xingar casal de mulheres em sorveteria de Goiânia: “Figura do capeta”
O jovem Renan Lemes Santana, de 26 anos, foi preso por suspeita de injúria após fazer comentários homofóbicos contra um casal de mulheres. O crime aconteceu nesta terça-feira (13/09), em uma sorveteria de Goiânia. Segundo o boletim de ocorrência, Renan afirmou ser “cristão” e teria se dirigido a uma das vítimas dizendo “você é a figura do capeta, não poderia nem ser chamada de gente”. Situação foi registrada pelas vítimas através de um vídeo.
Em conversa com o portal Mais Goiás, as vítimas, Angélica Francielly e Karuliny Divina, relataram que a confusão começou depois de Renan entrar na sorveteria com a esposa. Ao ver o casal de mulheres, o sujeito disse “vamos embora desse lugar porque eu não gosto de ‘sapatão’, não gosto de gente desse tipo”. Diante da ofensa, Karuliny pediu por respeito e o jovem rebateu dizendo que era cristão e que não gostava “desse tipo de coisa”. Fora do estabelecimento, Renan continuou com as agressões e disse que Karuliny “não poderia ser chamada de gente” e que era a “figura do capeta”. Disse também ser “filho de policial e advogada” e que, por isso, a ocorrência não iria “dar nada”.
Karuliny relatou que Renan ficou mais alterado depois de ela dizer: “Você está maluco de falar isso”. Em seguida, de acordo com ela, o jovem respondeu: “Isso aqui que você queria ter né? Você quer ser homem, mas não é. O que eu tenho, você nunca vai ter. Quer ser homem, tem que bater de frente comigo”. Depois, ele teria colocado a mão no órgão genital. Uma equipe da Polícia Militar alcançou Renan, que havia ido embora, perto da sorveteria.
De acordo com a polícia, o suspeito disse em depoimento que é portador de esquizofrenia, depressão e outras doenças. Por esse motivo, faz uso de medicação de uso controlada, mas está há dois meses sem utilizar o medicamento por dificuldade financeira. Além disso, ele alegou ter sido abusado sexualmente por um homem quando era criança e, por isso, não tolera a homossexualidade. Renan assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), sob acusação de injúria simples e foi liberado.
Karuliny e Angélica afirmam que o delegado não caracterizou o crime como homofobia, somente como injúria. “Temos uma audiência marcada para novembro, mas vamos dar entrada hoje no processo contra ele“, garante o casal.