Renner é condenada a pagar R$ 80 mil a funcionária vítima de transfobia

Líder de merchandising visual em uma loja da Renner em Recife (PE), Jamilly Aragão de Brito, de 31 anos, passou a ter uma rotina de intolerância e desrespeito à sua identidade, depois de realizar sua transição de gênero. Ela alega ter sofrido perseguição e diz que foi demitida após episódios de discriminações. O caso foi parar na Justiça do Trabalho e o grupo foi condenado a pagar uma indenização de R$ 80 mil à Jamilly por danos morais.

A vítima conta que o ambiente profissional começou a mudar quando uma gerente, que não teve o nome divulgado, soube que Jamilly se identificava como mulher trans. “Ela começou a me excluir de todos os processos da loja e a me perseguir. Espalhou para os colaboradores que iria me demitir e que eu seria um problema para a empresa. Fui proibida de ir ao banheiro e ao vestiário feminino, as pessoas começaram a me tratar com indiferença”, disse a jovem em entrevista ao portal Universa.

Segundo Jamilly, por conta da política “de inclusão” pregada pela marca, ela se sentiu à vontade para externar no trabalho a sua identidade de gênero. “Vi uma oportunidade de ser quem eu era de verdade“, explicou Jamilly, que trabalhava na unidade desde 2010. No entanto, ela acabou demitida em 2018, sem uma explicação. Jamilly classifica o desligamento como transfobia. “Minha transição foi o único motivo. Eu tinha mais de 100 horas extras no banco de horas. Nunca me atrasei e nem coloquei atestados médicos, tinha um bom convívio. Não há outra explicação“, afirmou.

Mesmo após a demissão, a gerente passou a proibir outros funcionários da loja de saírem com ela, sob a alegação de que a jovem estaria processando a empresa. “Foi quando decidi judicializar a denúncia“, conta. De acordo com a Universa, na decisão, a juíza Ester de Souza Araújo destacou que o Poder Judiciário não pode compactuar comportamentos discriminatórios em nenhum ambiente e que “não há mais espaço” para essas situações.

Procurada pela reportagem, a Renner informou que não comenta processos em andamento. Além disso, a empresa ressaltou que “tem uma política de direitos humanos e um programa de diversidade que busca promover a inclusão de todos os colaboradores e colaboradoras”.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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