Palestinos LGBTs homenageiam amores perdidos com postagens comoventes em aplicativo

Os palestinos LGBTQIA+ estão fazendo com que suas vozes sejam ouvidas da maneira que sabem. Na recente escalada do conflito entre Israel e o Hamas, os civis estão pagando o preço mais alto. E para LGBTs da região, um aplicativo se tornou a forma mais recente da comunidade se conectar e se conhecer.

Nos ataques de resposta de Israel, mais de 2.670 palestinos foram mortos, com outros 10.000 civis feridos. 52% deles são mulheres e crianças. Além disso, Israel ordenou que 1,1 milhões de palestinos que vivem no norte da Faixa de Gaza evacuassem para o sul, deixando as suas casas e comunidades. Agora, para prestar homenagem às comunidades que estão perdendo, os palestinos LGBTs recorreram ao app Queering the Map para expressar a sua frustração, os seus sentimentos e a sua perda.

Queering the Map é uma plataforma de mapeamento online onde os usuários podem enviar experiências pessoais como LGBTs e marcá-las em um mapa coletivo, permitindo que outras pessoas ao redor do mundo vejam como estamos todos conectados e não sozinhos. Mais de 80.000 experiências em 23 idiomas foram catalogadas no mapa desde o seu início. Agora, palestinos LGBTQIA+ estão usando o aplicativo para enviar suas mensagens. E os resultados são de partir o coração.

Sempre imaginei você e eu sentados ao sol, de mãos dadas, finalmente livres”, escreveu uma pessoa. “Conversamos sobre todos os lugares que iríamos se pudéssemos. No entanto, você se foi agora. Se eu soubesse que as bombas que caíam sobre nós iriam tirar você de mim, teria dito ao mundo com prazer como eu te adoro mais do que tudo. Me desculpe, eu fui um covarde.

Um lugar onde beijei meu primeiro acidente”, escreveu outro em um ponto do mapa. “Ser gay em Gaza é difícil, mas de alguma forma foi divertido. Fiquei com muitos garotos da minha vizinhança. Achei que todo mundo fosse gay até certo ponto”.

Não sei quanto tempo vou viver, então só quero que esta seja minha memória aqui antes de morrer. Não vou sair de casa aconteça o que acontecer”, escreveu uma terceira pessoa. “Meu maior arrependimento é não ter beijado aquele cara. Ele morreu há dois dias. Havíamos contado o quanto gostamos um do outro e eu estava com vergonha de nos beijar da última vez. Ele morreu no bombardeio. Acho que uma grande parte de mim também morreu. E em breve estarei morto. Para Younus, vou beijar você no céu.”

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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