Universidades do Brasil criam robô trans para pesquisa sobre prevenção combinada contra o HIV
Desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a robô trans de nome Amanda Selfie vem ganhando as redes sociais com suas conversas sobre sexo, prevenção contra as infecções sexualmente transmissíveis (IST), gênero e orientação sexual.
Sua missão é interagir no Facebook e no site com potenciais participantes do projeto PrEP 15-19, uma pesquisa para prevenção combinada contra o HIV. Esse estudo visa acompanhar o uso da Profilaxia Pré-exposição ao HIV (PrEP), o tenofir+entricitabina, que protege contra a infecção pelo HIV, entre jovens de 15 a 19 anos que se identificam como homens gays, mulheres trans e travestis.
Durante dois anos, os selecionados vão tomar diariamente o medicamento, “como se fosse uma pílula anticoncepcional”. O efeito protetivo começa após o sétimo dia de uso em relações anais e após 20 dias em relações vaginais. Além de tomar os medicamentos, os jovens participantes vão ter rodas de conversas com especialistas e fazer testes frequentes de HIV.
Utilizando uma linguagem típica da geração Z, a robô Amanda interage com os jovens pelas redes sociais da pesquisa, com expressões recheadas de gírias em pajubá, dialeto de origem iorubá usado pela comunidade LGBTQI+. O bate-papo com a assistente virtual possibilita tirar dúvidas sobre sexo, prevenção contra as infecções sexualmente transmissíveis (IST), cultura LGBTQI+, gênero e orientação sexual, entre outros assuntos.