Em São Paulo, garoto de programa vai à Justiça cobrar R$ 15 mil de empresário “sugar daddy” por calote
Um garoto de programa de Mairinque, interior da cidade de São Paulo, entrou na Justiça para cobrar R$ 15 mil de um empresário de Botucatu, também interior de SP, alegando que sofreu calote. O rapaz havia perdido em primeira instância, mas o Tribunal de Justiça determinou a intimação das partes e audiência de tentativa de conciliação pelo Fórum de Botucatu.
Segundo informações do G1, o rapaz pede R$ 15.395,90 pela prestação de serviços sexuais. O caso começou em 22 de agosto de 2020, quando os dois fizeram uma forma de contrato verbal depois de se conhecerem por meio de um aplicativo. Nos autos, o garoto de programa deu detalhes do acordo verbal entre ele e o empresário, que ele chama de “sugar daddy“. Segundo ele, o rapaz passou a enviar presentes para que o garoto realizasse fetiches por meio de encontros virtuais por videoconferência. Além disso, o jovem teria até contratado outro homem para fazer sexo para o empresário acompanhar em vídeo, seguindo orientações do próprio cliente.
De acordo com a denúncia, ele combinou o valor de R$ 2 mil para que ficasse à disposição e online para o empresário, além de um celular no valor de R$ 9 mil e outros presentes, como uma viagem. O garoto de programa conta que cumpriu todas as “exigências”, mas o pagamento não foi realizado. Embora o juiz de Botucatu tenha considerado o processo extinto, a 35ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, discordou.
“Tradicionalmente, tal atividade, por envolver questões sexuais, sempre foi vista como pecaminosa, ofensiva aos ‘bons costumes’ e à moral, então mais conservadora, religiosa e rígida, não encontrando, por isso, proteção jurídica. Forçoso concluir, portanto, com base em tais lições doutrinárias e jurisprudencial, que o negócio celebrado pelo autor, prestação onerosa de seus serviços sexuais, é válido e passível de proteção jurídica”, diz um trecho da decisão. O TJ determinou ainda que, caso as partes se manifestem contra um acordo na audiência conciliatória, que seja feita uma mediação para tentar resolver a questão.