Após bloquear recursos da educação, governo Bolsonaro promove desmonte do programa de tratamento de Aids
Além bloquear recursos de universidades federais, o governo Jair Bolsonaro (PL) também reduziu – para garantir o dinheiro do orçamento secreto de 2023 – a verba do Ministério da Saúde destinada à distribuição de medicamentos para tratamento de Aids, infecções sexualmente transmissíveis e hepatites virais, informa o Estado de S. Paulo.
“Somente nesta frente o ministério perdeu R$ 407 milhões, quando comparados os orçamentos propostos para 2022 e o ano que vem“, diz a reportagem. Ao todo, Bolsonaro sucateou 12 programas na área da saúde para 2023. As perdas de recursos chegam a R$ 3,3 bilhões. “Por não ter vetado um dispositivo na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que obrigava a reserva de R$ 19,4 bilhões a emendas do orçamento secreto – usadas pelo governo em negociação política com deputados e senadores –, o governo promoveu um corte linear de 60% nas despesas da Saúde“, detalha a matéria.
Outros cortes feitos pelo governo Bolsonaro foram a verbas do Médicos Pelo Brasil, sucessor do Mais Médicos; da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e da Atenção à Saúde de Populações Ribeirinhas e de Áreas Remotas na Amazônia, uma parceria com o Exército e a Marinha.
Nesta semana também foi revelado que recursos destinados a investimentos na prevenção e controle do câncer, a segunda doença que mais mata no Brasil, foram cortados pelo governo Jair Bolsonaro para acomodar os R$ 19,4 bilhões previstos para o orçamento secreto, passando de R$ 175 milhões para R$ 97 milhões, em 2023.