Crimes motivados por LGBTfobia sobem no Brasil; entre 2021 e 2022, foram 600 casos

Dados exclusivos obtidos pelo Jornal Hoje, da TV Globo, mostram que crimes de homofobia subiram no Brasil. A reportagem, exibida nesta segunda-feira (26/12), mostrou também que alguns estados ainda não se prepararam para somar as estatísticas sobre violência contra a população LGBTQIA+.

De acordo com dados obtidos de todos os estados e também o Distrito Federal, com base na Lei de Acesso à Informação, no primeiro ano após a criminalização da LGBTfobia, de junho de 2019 a junho de 2020, foram 161 casos em todo o país. Esse número passou para 135 no segundo ano e, no terceiro, fechou em 600 casos. O Jornal Hoje também pediu aos estados os números de outros crimes que tenham sido motivados pela homofobia. Em 2018, por exemplo, as delegacias registraram 31 assassinatos. Em 2019 foram 25 casos, já em 2020 foram somados 26 e, em 2021, 17 homicídios em que a vítima foi morta por ser LGBTQIA+.

A reportagem destaca também que casos de ameaças mais do que dobraram desde 2018. Já o total de agressões ficou estável por três anos, subindo em 2021. No entanto, o número de ofensas, que somam calúnia, injúrias e difamações, dispararam. Somando todos esses crimes, o total de casos de homofobia no Brasil, que já vinha subindo ano a ano, teve aumento de 150% entre 2020 e 2021.

Para o presidente do Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero, Paulo Iotti, o número de registros, apesar de ter aumentado, ainda não reflete a realidade. “Certamente há uma subnotificação de dados, por pessoas que, às vezes, nem sabem que a homotransfobia foi reconhecida como um crime. E, por outro lado, há vários problemas das delegacias, que também às vezes não entendem como tipificar o crime homotransfobia”, explicou Iotti, que é doutor em direito constitucional e defendeu no STF a criminalização da homofobia.

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