Papa diz que Igreja está aberta a pessoas LGBTQ+, mas ‘existem leis’

Falando com repórteres no domingo (6 de agosto), durante um voo de volta de Lisboa a Roma após o festival católico da Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco, de 86 anos, foi questionado sobre se a Igreja está realmente aberta a todos. Durante o festival, o pontífice havia dito que a Igreja estava aberta a “todos, todos, todos”, uma mensagem questionada por um repórter como possivelmente “incoerente”, já que mulheres e gays são proibidos de certos sacramentos.

As mulheres não podem se tornar padres e casais do mesmo sexo não podem se casar na Igreja Católica. “A Igreja está aberta a todos, mas existem leis que regulam a vida dentro da Igreja”, afirmou o Papa. “De acordo com a legislação, eles não podem participar de (alguns) sacramentos, isso não significa que está fechado. Cada pessoa encontra Deus à sua maneira dentro da Igreja”, continuou.

Segundo a Reuters, o Papa Francisco acrescentou que os ministros da Igreja devem acompanhar todas as pessoas – inclusive as que não se conformam com as regras da organização religiosa – com a paciência e o amor de uma “mãe”. Em seus 10 anos como líder da Igreja Católica, o Papa Francisco buscou levar a instituição adiante e criar um ambiente mais acolhedor para grupos tradicionalmente excluídos, principalmente pessoas LGBTQ+.

Ele fez do alcance da comunidade LGBTQ+ um princípio fundamental de seu papado. No entanto, o pontífice teve que encontrar um bom equilíbrio, apaziguando membros liberais e conservadores da Igreja e não balançando muito o barco. Em 2013, o Papa disse a famosa frase: “Se uma pessoa é gay e busca a Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?”. Mais tarde, em 2020, ele exortou os pais de crianças LGBT+ a amá-los como são “porque são filhos de Deus”.

Mais recentemente, ele incentivou os católicos a construir uma igreja que “não exclua ninguém” e disse que a homossexualidade não deveria ser crime – embora também tenha dito que, segundo os ensinamentos católicos, ainda é considerado um “pecado”. O chefe da Igreja Católica ganhou as manchetes em todo o mundo em janeiro depois de criticar as leis que criminalizam a homossexualidade.