Artistas trans protestam contra transfake no longa “Agreste” durante festival

A atriz Renata Carvalho usou suas redes sociais para protestar acerca da presença de elenco não trans em papeis de pessoas trans no cinema, conhecido como “transfake”. O protesto surge na exibição do longa-metragem “Agreste” na 47ª Mostra Internacional de Cinema São Paulo Int’l Film Festival. Além de sua exibição, o evento contou com a presença de parte do elenco e produção do filme, assim como o ator, ativista e cofundador do Coletivo de Artistas Transmasculines CATs Leo Moreira Sá, que promoveu o ato durante a mostra.

“Não dá mais para usurparem os nossos espaços de fala. Precisamos fazer as nossas narrativas, porque tudo que se fala ao nosso respeito é distorcido, reforça estereótipos e nós precisamos estar nesses espaços de poder, para reescrever nossas histórias e para interpretar nossos personagens”, disse Leo Moreira Sá em entrevista exclusiva ao Planeta FODA. “Representatividade não é só termos um pequeno papel, um papelzinho de ponta, como foi oferecido pra mim neste filme ‘Agreste’. Eu fui contratado para um pequeno papel, quase que um figurante, como que para justificar o ‘transfake’ que foi feito com o protagonista.” alertou o cofundador do CATs.

O longa-metragem ‘Agreste’ foi lançado em 6 de setembro, no 27° Festival Cine PE, e conta com roteiro de Newton Moreno e direção de Sérgio Rozenblit. Na obra, o protagonista trans é interpretado por um ator cisgênero, Aury Porto, enquanto Léo Moreira Sá, ator transmasculino, vive personagem sem nome. Em 8 de setembro, o Instituto Brasileiro de Transmasculinidades de São Paulo IBRATSP e o CATs, emitiram uma nota de repúdio contra a prática de transfake e a falta de pessoas trans na produção de maneira geral.

O protesto que ocorreu no domingo (22) alega que mesmo diante da diversidade de talentos e expertises de pessoas das comunidades trans, o protagonismo continua “nas mãos da cisgeneridade”, tanto na área da atuação, quanto na de produção. “Nós, pessoas trans, não somos respeitades e valorizades nos nossos talentos. Temos talentos diversos e temos legitimidade para ocupar todo e qualquer espaço dentro de uma obra artística. Então estamos aqui por representatividade trans já!” disse Leo.

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