Jovem trans denuncia transfobia ao buscar atendimento em hospital de Santa Catarina

Uma jovem de 23 anos relatou ter sofrido transfobia no Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, no Litoral Norte catarinense, no último sábado (15/10). Mesmo com os documentos retificados e gênero feminino em sua certidão de nascimento, Natalye Furtado afirma que foi tratada por pronomes masculinos por enfermeiras que riram dela e questionaram sua sexualidade.

Natalye procurou a emergência por estar passando mal e, ao chegar na recepção e entregar o seu documento retificado, a funcionária perguntou se a jovem preferia o nome Natalye ou o anterior. “Eu respondi que queria ser chamada como consta no meu documento. Meu nome, Natalye”, contou a jovem em entrevista ao G1. Quando pegou a sua pulseira de identificação, ela percebeu que o sexo estava indicado como masculino, Natalye pediu a alteração e a funcionária disse que o sexo indicado na pulseira tinha que ser o mesmo que estava no documento.

“‘Querido, o sexo tem que estar como tá no documento, moço’. A outra moça disse que só alteraria se estivesse em um documento, se não, não alteraria“, afirmou Natalye. Segundo ela, as falas eram acompanhadas de risadas e olhares debochados das profissionais. “Riram da minha cara porque eu sou transsexual”, declarou. Ela contou que, quando foi atendida pela médica, foi tratada de forma respeitosa e sempre no pronome feminino. Após a consulta, a profissional orientou a enfermeira para aplicar um remédio intravenoso na paciente.

Nesse momento, segundo Natalye, a enfermeira tratou a modelo como mulher. Porém, quando a médica saiu, voltou a demonstrar preconceito. Constrangida, a jovem saiu do hospital sem tomar o medicamento. “Levantei chorando. Os outros pacientes, enfermeiros, rindo da minha cara. Fiquei com nojo, vergonha, muita raiva, porque todo mundo estava olhando e rindo de mim“, desabafou.

Em nota, o Hospital Marieta Konder Bornhausen lamentou o ocorrido e afirmou que a lei prevê que pessoas trans devem ser tratadas de acordo com o gênero que se identificam. Natalye já procurou a delegacia e pretende levar à justiça. O hospital pode ser condenado a pagar uma indenização por danos morais e as funcionárias podem responder por transfobia.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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