Delegado relaciona homossexualidade a “anomalias” em palestra para adolescentes no ES

A Corregedoria da Polícia Civil do Espírito Santo disse que está acompanhando o caso do delegado Djalma Pereira Lemos, que relacionou homossexualidade a “anomalias” durante uma palestra para estudantes da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental (EMEIEF) Pedro Siqueira, em Itapemirim, no Sul do estado, na terça-feira (28/02).

Viemos da mesma linhagem, como cristão que eu sou, somos todos filhos de Deus. Então, se nascemos homem e mulher, eu sempre vejo homem e mulher. Mas ninguém é perfeito, não é doença, existem algumas anomalias que criam determinados padrões de conduta que, não sei como definir porque a gente falar assim pode ofender alguém”, disse Djalma aos alunos. Nas imagens, uma funcionária da escola se aproxima do delegado e o alerta sobre a lei anti-LGBTfobia. “É que ela tá falando que homofobia é crime. É crime desde que seja usada para atingir alguém, porque fazer sexo entre dois homens ou duas mulheres não é crime, desde que todos tenham capacidade de ter vontade própria, se eles escolherem. Então, duas crianças que venham a escolher namorar duas meninas elas estão cometendo crime de prática, de atos libidinosos, então não poderão ser”, contesta ele.

“Porque a violência é considerada quando as pessoas não têm capacidade de discernimento. A lei entende que, determina faixa etária, a partir da maior idade, você pode escolher qual caminho você quer seguir, mas enquanto criança, eu entendo que não é próprio, eu não sei se pai e mãe podem achar que isso é normal, eu não acho”, continua Djalma.

Ao G1, o professor Arlon Ribeiro, que gravou o vídeo, explicou como tudo aconteceu. Segundo ele, o delegado foi à instituição falar sobre os diversos tipos de violência. Depois, deixou em aberto para os estudantes fazerem perguntas. “Uma aluna perguntou como era o trabalho da polícia diante da homofobia e ele já iniciou a fala dizendo que homofobia não é crime, dizendo que é falta de conduta social”, comentou. O vídeo foi entregue pelos professores da instituição em uma denúncia para a Secretaria de Educação de Itapemirim. A Polícia Civil do Espírito Santo informou que não compactua com o posicionamento do delegado, e que a corregedoria apura o caso.  

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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